Numa semana marcada pela conquista portuguesa do VALORANT Spike Nations of Twitch, estivemos à conversa com Alexandre “san alex” Simões. O Team Manager dos B7 Warriors falou-nos um pouco sobre as suas funções, sobre a chegada do VALORANT First Strike e sobre o recente top 20 da sua equipa no ranking europeu da THESPIKE.GG. De modo a termos as perguntas mais pertinentes para o nosso convidado, o Rafael Ferreira contribuiu com o seu já vasto conhecimento no FPS da Riot Games!
Qual é a função de um manager e qual o seu impacto na equipa?
Desde já obrigado pelo convite. Nos B7 Warriors as minhas principais funções são o planeamento das semanas, resolução de problemas e certificar-me que os jogadores têm as melhores condições para competir. Sou ainda o elo entre os jogadores, treinador, clube e organizadores de torneios. Também tenho funções de recrutamento, gestão de redes sociais e VOD recording.
As estrelas da equipa são os jogadores e o treinador. No entanto o impacto do meu trabalho pode ser decisivo para a condição em que os jogadores se vão apresentar em determinada competição. Tenho um estilo muito próprio e participativo no que diz respeito a gerir o horário da equipa que é completamente mutável consoante as necessidades da mesma. Esta metodologia de trabalho vem da minha experiência a trabalhar offline na Samsung, num ambiente extremamente competitivo e exigente.
Porquê seguir o caminho de manager e não o de jogador?
Os meus principais objetivos como jogador foram atingidos no Overwatch. Fui campeão nacional, cheguei à seleção e ganhei várias LAN. Acho que quando jogas num palco do Rock in Rio te podes reformar em paz. A decisão de parar de jogar já foi tomada há vários anos e foi antecipada por colegas de equipa e outras pessoas da comunidade que viam em mim potencial para desempenhar a função de manager. Não tive qualquer dúvida que era isso que queria fazer no VALORANT.
Sendo VALORANT um título bastante recente, em que é que o trabalho de um manager de uma equipa deste FPS difere para o de outros esports?
Boa questão, especialmente se pensarmos que o foco no Overwatch são as ligas. Isto significa que são jogados entre 1 a 2 oficiais por semana. No VALORANT os jogos oficiais são por vezes diários, o que envolve todo um outro tipo de preparação e trabalho, tanto na gestão do horário da equipa, como no agendamento de treinos. Por exemplo na Overwatch Contenders marcava scrims com 1 mês de antecedência. Outra diferença é que o VALORANT apareceu durante a pandemia, fazendo com que o meu trabalho seja 100% online, para já. Na Samsung o meu trabalho era totalmente offline e ia desde o planeamento e participação em eventos internacionais até à gestão dos apartamentos, escritório (Gaming Office), mansão e alimentação dos jogadores. Um mundo completamente diferente.
Com o alcançar do top 20 do ranking europeu da THESPIKE.GG acreditas que a equipa está no seu auge ou há mais ainda para mostrar?
A equipa está neste momento na sua melhor forma, mas longe ainda do seu auge. Como equipa podemos melhorar muito, o VALORANT é um jogo de uma complexidade imensa que vai muito além da bala. Acredito que a nossa equipa com tempo vai dominar ainda melhor certas sinergias entre os agentes do jogo. Depois temos apenas 1 jogador que vem do CS:GO. A maioria dos nossos jogadores vem de outros jogos o que significa que o seu potencial na bala ainda está longe de ser atingido.
Como tem sido a preparação para o First Strike, tendo em conta que o qualificador está já aí à porta?
Muito boa e exigente, mas sabemos que este é o torneio mais competitivo da história do VALORANT e queremos apresentar-nos em forma.
Vês com bons olhos a possibilidade de a equipa poder participar nos 4 qualificadores para tentar garantir o seu lugar?
Sim, tendo em conta que é um torneio com centenas de equipas com seeding incerta é possível que tenhamos que participar em todos os qualificadores para garantir um lugar no evento.
Quais são as aspirações da equipa para este primeiro grande torneio da Riot?
Vamos jogo a jogo. Sabemos que este torneio é muito exigente, nas uma coisa é certa, queremos avançar na competição e estamos a preparar a equipa para isso.
Seguindo a tendência da comunidade ibérica de criar uma Tier List com as equipas da modalidade, onde colocarias os B7 e porquê?
Em todas as Tier Lists que vi os B7 estavam sempre no tier A. Essa é sem dúvida a posição da equipa, tendo em conta que o tier S é dominado por Giants e Heretics, equipas que para já estão noutro patamar.
Ainda com a tenra idade de VALORANT em mente, como funciona o sistema de treino frente a outras formações?
É prático, existem grupos de agendamento que dependendo da posição da equipa nos rankings podem ou não deixar uma equipa entrar. Uma vez dentro do grupo pode-se marcar com qualquer equipa. No VALORANT jogam-se mapas individuais com equipas ao longo do dia, algo que seria impossível de imaginar no Overwatch onde fazíamos blocos de duas horas com a mesma equipa.
É possível termos uma ideia de como são preparados os treinos da equipa?
Os treinos são responsabilidade do Sef, o treinador da equipa. Mas posso responder que nós trabalhamos antes e depois dos jogos a parte tática do jogo. Somos criativos, mas também tiramos ideias de outras equipas. É feito muito brainstorm, muito mesmo.
Para terminar, qual é a tua opinião em relação à quantidade de jogadores a trocar outros esports para o VALORANT? A quantidade de torneios a decorrer na nossa península vai de encontro às tuas expectativas?
Acredito que podiam ser muito mais jogadores não fosse a dificuldade deste jogo. Muitos desistiram nas primeiras semanas/meses e voltaram ao seu jogo de origem.
Em relação aos torneios, eu sou otimista por natureza, mas nada podia prever a quantidade inacreditável de torneios que estão a aparecer na nossa região. Só entre outubro e novembro vão ser distribuídos mais de 42.000€ em prémios entre Portugal e Espanha e até ao fim do ano não tenho dúvidas que vai chegar aos 50.000€.
E vocês, acompanham o trabalho do san alex nos B7 Warriors?
Entrevistas são sempre artigos super interessantes de escrever. Permitem-nos conhecer um pouco mais sobre as várias personalidades do mundo dos esports, ao mesmo tempo que somos esclarecidos em relação aos mais variados temas com os quais não é habitual termos contacto. O san alex concedeu-nos esta entrevista e mostrou-nos um pouco sobre a sua função nos B7 Warriors. A equipa tem estado muito bem e tem um teste de fogo já amanhã frente aos Team Liquid, em partida a contar para o First Strike!
Digam-nos o que acharam da entrevista e o que gostavam que tivesse sido perguntado!