Rodrigo Pombo, Head Manager da secção de esports da TSWarrior e coach de Diogo “tuga810” Pombo, concedeu uma breve entrevista ao EuJogador. Nela foram abordadas as suas funções na organização e a sua visão em relação a vários aspetos do FIFA em Portugal!
É muito difícil conciliar o coaching e a gestão da TSWarrior?
Penso que no mundo do FIFA ainda não é feito o aproveitamento total do coaching e por isso é que se vê alguma diferença entre os jogadores que têm já essa estrutura de apoio e aqueles que não têm. Conciliar o coaching e a gestão da TSWarrior, mais especificamente do meu irmão, não é fácil. Estes jogadores de FIFA ainda têm que crescer, porque eles não são apenas jogadores, têm que ser muito além disso. A parte do marketing e publicidade é algo quase tão importante como jogar em si, mas eles têm percebido isso aos poucos.
Qual foi o momento mais marcante da tua carreira como coach?
Tive 2 ou 3 momentos muito marcantes. A vitória em Atlanta foi mais como irmão do que treinador. Depois na FCC2, em Bucareste, após analisarmos o nosso adversário sabíamos exactamente o que ele ia fazer nos pontapés de baliza e marcamos graças a isso. Por fim, no qualificador para a FCC5, em fevereiro, por termos falhado duas FCC seguidas, foi um “pontapé” nos maus resultados
Para ti, qual é a importância do Pro Clubs no cenário nacional de FIFA?
Acho que o Pro Clubs será sempre algo sem grande futuro pelo número de jogadores a jogar. A nível financeiro é muito dispendioso, então a EA não aposta no modo de jogo. Porém é um modo muito divertido.
Quais achas que são os aspetos em que o FIFA necessita de melhorar para se afirmar ainda mais em Portugal?
Em Portugal é muito difícil que o FIFA se afirme devido às questões financeiras. Temos algo muito positivo que são os torneios da FPF Esports, mas não houve nenhum entre dezembro e abril, o que foi algo negativo face ao ano passado. Hoje em dia temos o tuga810 e o Rasta a jogar em portugal porque existiu um Salvio que investiu na modalidade, senão tínhamos os 2 jogadores em equipas estrangeiras. Isto porque, a verdade é que, 99% dos jogadores de FIFA em Portugal recebem menos que o ordenado mínimo. Há muito tempo que defendo um circuito estilo Master League Portugal, mas aplicado ao FIFA. Algo que faça as equipas apostar em jogadores.
Outra coisa que falta no FIFA é, claramente, os jogadores promoverem mais a sua imagem e a da competição. Temos muitos jogadores que jogam torneios que são “jogadores fantasmas” no que toca a redes sociais e numa modalidade em crescimento isso é um aspecto negativo.
Com o fim de contrato no SCP Esports, qual achas que será a nova casa do Diogo?
O Diogo é um jogador de grande qualidade e tem trabalhado as suas redes sociais. Certamente irá ter propostas de clubes estrangeiros. Com isto da pandemia muitos clubes/organizações recuaram nos investimentos mas iremos ver o destino final dele. Acho que ainda vai correr muita água debaixo da ponte.
O FIFA Português foi nomeado nos Prémios Esports Portugal, como dono da página qual foi a tua reação?
O FIFA Português foi criado numa altura em que pouca gente sabia o que eram os qualificadores para os torneios internacionais e ainda não havia a cobertura da Fraglíder. Hoje em dia somos muitos mais, já somos 3 pessoas na página e a ideia é investir nela em 2021 e poder torná-la numa página mais dinâmica. Eu pessoalmente trabalho muitas vezes em conjunto com a Fraglíder em reports e notícias, informando-os do que se passa no mundo de FIFA. Resumindo, o FIFA Português existe principalmente para dar visibilidade às organizações mais pequenas e jogadores menos conhecidos.
Os jogadores portugueses, especialmente o tuga810, têm tido boas prestações internacionalmente. Quais são os segredos para este sucesso?
O tuga810 é um jogador diferenciado. Ele estuda na Academia da Força Aérea onde tem alvorada todos os dias às 07h00 e deita-se às 00h00. Desde o primeiro torneio que ele nos hotéis tem que estar a estudar porque, por exemplo, 24 horas depois de acabar um torneio em Bucareste já estava a fazer um exame. Trabalhamos de uma forma única no mundo e a nível nacional. Vemos e vemos jogos de outros jogadores. Tentamos ao máximo aumentar a skill gap do jogo conhecendo-o a 100%. Penso que chegar a um torneio internacional por mais de 10 vezes é algo muito difícil e ele é o jogador com mais presenças em torneios internacionais por alguma razão. Outra coisa a favor dele é o facto de ele lidar muito bem com a pressão. Se ele sente pressão ele ainda vai jogar melhor. Não tenho dúvidas que é o jogador nacional de FIFA mais completo de sempre e o que tem maiores condições de ser campeão do mundo num futuro próximo.
E vocês, acompanham o trabalho de Rodrigo Pombo?
Coach, Head Manager da secção de esports da TSWarrior, gestor do FIFA Português e irmão de um dos melhores jogadores de FIFA nacionais, Rodrigo Pombo é o homem dos 7 ofícios. Apesar de breve, esta entrevista serviu para perceber melhor um pouco sobre o seu trabalho e acerca da sua visão acerca do simulador futebolístico no nosso país. Da nossa parte gostaríamos de agradecer a disponibilidade, mas queremos saber as vossas opiniões. Digam-nos o que acharam das respostas e o que gostariam que tivesse sido perguntado!